Foram dias tremendos estes… Tudo tem sido duro, o velório, o enterro, a despedidas, a tristeza…
Mas acima de tudo tenho uma sensação estranhamente incómoda de que tudo se passou há muito tempo… E que há uma certa “normalidade” já, o que me faz pensar se serei normal, se simplesmente o ser humano tem estranhos mecanismos de defesa para depressa esquecer. Mas parece que foi tudo um sonho e que rapidamente aquela pessoa foi esquecida. Não foi, mas parece-me…
Tenho aprendido tanto sobre o ser humano!
Sobre as pessoas que são fortes nestes momentos, aquelas que rompem num pranto histérico ultrapassando até os parentes mais queridos, os que não conseguem lidar com a morte e não conseguem nem aproximar-se… Mas o que mais aprendi, foi a força da ganância dos que cá ficam, e de como os valores materiais conseguem fazer cair máscaras e trazer ao de cima abutres monetários, seres nojentos, que tive a infelicidade de conhecer este fim-de-semana.
Abutres que não conseguem esperar que o corpo esfrie e que os mais próximos olvidem para descender um voo cerrado sobre quaisquer possessões…
Aprendi muito, mas também fiquei mais triste. E mais descrente no na bondade do ser humano…